domingo, 21 de junho de 2009

VELHICE E DEPRESSÃO

  • Velhice e depressão: uma combinação que não é inevitável

    Façam o que eu fiz: entrem no Google e digitem, em inglês, as palavras “velho e triste” (“old and sad”). Sabem quantas referências vocês obterão? Nada menos do que 127 milhões, o que, mesmo para o Google, é um espanto. O número comprova um fato: aos olhos de muitas pessoas, a velhice está associada com tristeza – inclusive com aquela mórbida tristeza chamada depressão, que afeta 10-15% das pessoas com mais de 65 anos. O que não é de estranhar. Para muitas pessoas, a velhice significa isolamento, solidão, perda dos objetivos de vida, perda de entes queridos, sem falar nos problemas de saúde que então se tornam mais frequentes. Mas a depressão é um risco em si, e um risco que deve ser levado em conta, por familiares, por amigos, por médicos.

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    Há três coisas a fazer no caso da depressão dos idosos. A primeira é reconhecer que o problema existe. Sintomas como fadiga, perturbações do sono, perda de apetite e/ou de peso, uso de álcool ou de drogas podem ser manifestações depressivas, e não devem ser rotuladas de “coisa da velhice”. Depressão também não é Alzheimer, uma situação na qual a pessoa apresenta-se confusa, desorientada, com problemas de memória (que aparentemente não nota) com dificuldades para falar, para ler, para efetuar tarefas habituais. Em segundo lugar, depressão pode ser o resultado de um problema orgânico ainda não detectado, como cardiopatia, câncer, diabetes e uso de medicamentos. Por último, e muito importante, depressão é perfeitamente tratável, com medicamentos e com terapia. Há muitas coisas que a pessoa pode fazer para se ajudar: sair de casa, procurar pessoas, ter um hobby ou trabalho voluntário, ter um animal de estimação, alimentar-se bem, praticar exercício. E nisto parentes e amigos podem ajudar muito, estimulando o idoso, convidando-o, convivendo com ele.

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    Velhice é uma coisa boa, significa que estamos vivendo mais, que estamos vencendo muitas doenças. Tristeza, eventualmente, também é coisa boa: a vida não é só feita de risos. Mas associar velhice e tristeza, achar que esta combinação é inevitável – essa não. Está na hora de mostrarmos para o Google que há ótimas alternativas para isso.

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