segunda-feira, 17 de março de 2014


Nas Paralimpíadas Escolares há vários exemplos de superação: conheça um deles

foto em close-up do atleta Yan Kurtz
Atleta Yan kurtz - Foto: Tiago da Siveira Garcia/Fundergs

Yan Kurtz sofreu acidente aos 11 anos de idade e perdeu uma perna, mas o atletismo mudou sua vida

Yan Kurtz é um rapaz de 17 anos que está sempre com um sorriso no rosto. Menino do interior do Rio Grande Sul, da cidade de Passo Fundo, ele é um cara simpático, aquele tipo de pessoa que passa uma energia boa pelo olhar. Seu jeito atencioso e querido faz com que interaja com tranquilidade com todos de sua equipe e com os demais colegas. Yan participou das Paralimpíadas Escolares 2013 integrando a delegação do Rio Grande do Sul e foi lá, com duas medalhas no peito e com o mesmo olhar de sempre, que ele nos contou um pouco da sua história.
Foi em uma olaria, aos 11 anos de idade, que a vida de Yan mudou. Ele brincava sobre um monte de terra em meio as máquinas da fabriqueta de tijolos quando caiu dentro de uma máquina de moer barro. “Eu subi no monte de terra e quando cheguei lá em cima resolvi descer para o outro lado e não percebi que a máquina estava ali. Eu caí com as duas pernas lá dentro, uma eu consegui tirar, a outra não”, conta ele. 
Foram 45 dias no hospital, uma recuperação longa e um tempo bem difícil. Um acidente como esse causa um trauma e grandes mudanças na vida de qualquer pessoa e com ele não foi diferente, mas o destino ainda lhe reservava um encontro que iria mudar outra vez sua vida. ”O atletismo mudou minha vida. Antes do atletismo eu ficava só em casa, não tinha vontade de sair pra nada.”
A professora Dóris Flores de Souza, integrante do Grupo Pé de Apoio, de Passo Fundo, inspirou uma revolução na vida do rapaz. Quatro meses após Yan sair do hospital, ela convido-o para praticar atletismo. Yan aceitou o convite e não parou mais de praticar. De 2008 pra cá, são 5 participações nas Paralimpíadads Escolares e 18 medalhas conquistadas, contando com as duas de ouro (em arremesso de peso e arremesso de dardo) que ganhou na mais recente edição dos jogos, que se encerrou nesta sexta, 29. 
Mas não é só isso. Além do atletismo, o garoto ainda pratica outro esporte. Um esporte radical. “Eu sempre gostei de moto, desde antes do acidente.” Yan, após se recuperar e começar a praticar atletismo, se encorajou para se aventurar em um antigo sonho: andar moto. Com algum dinheiro que tinha guardado, certo dia decidiu -se por comprar a moto. Bastou encontrar um bom negócio e sua estimada moto estava em sua garagem. Um amigo que já era motociclista e o tio, mecânico, deram suas contribuições no processo e logo o menino perneta já estava andando pela cidade e eventualmente participando de trilhas, mostrando que quando se acredita de verdade em um sonho, não há barreiras que nos impeçam de torná-lo realidade.



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