segunda-feira, 22 de junho de 2009

CONTRA O ESTRESSE

Contra o estresse

Pesquisa identifica as cinco maiores fontes de preocupação de executivos

  • A fuga do estresse começa bem cedo. Sergio Luiz Klein, 54 anos, levanta-se por volta das 6h30min, três vezes por semana, e vai direto para a academia. Lá, encontra o ambiente ideal para carregar as baterias necessárias para enfrentar um dia de executivo. Faz musculação, caminhada e corrida. Além disso, é um dos poucos horários em que consegue conversar com um grupo de amigos. Os bate-papos incluem de futebol a política. As atribuições do trabalho ficam de lado.

    – É como uma terapia. Se não vou, fico com uma sensação de falta de energia. Se vou, fico muito mais animado – conta o engenheiro civil que atua como diretor de expansão.

    A ideia de malhar surgiu há 10 anos, quando percebeu que o trabalho lhe tomava não só o tempo, mas também a saúde. O incômodo principal era uma dor constante nas costas e nos ombros. Sensação que o acompanhava todos os dias, no escritório ou em casa, atrapalhando a rotina. Ao final dos dias de agenda cheia, as dores também se alastravam para a cabeça. Somado a isso, o diretor ainda via o peso aumentar e o cansaço chegar mais cedo, ou seja, o organismo todo sentia os efeitos nocivos do estresse. A tempo, mudou de vida.

    Uma pesquisa realizada com mil executivos de Porto Alegre e São Paulo aponta que 86% deles sentem dores musculares e dor de cabeça e 81% sofrem com ansiedade. Em 18% dos casos, o acúmulo da pressão se transforma em uma explosão de raiva. Os cinco principais motivos apontados pelos entrevistados foram: excesso de tarefas, medo de demissão, muita responsabilidade e pouca autonomia, conflitos e desequilíbrio entre esforço e gratificação.

    Para a coordenadora da pesquisa, a jornalista e Ph.D. em Psicologia Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), o resultado mostra que todo o esclarecimento que tem sido feito sobre os efeitos nocivos do estresse não está sensibilizando a população.

    – As pessoas estão muito comprometidas e com muitas prioridades. É muito difícil que mantenham uma vida saudável, mas uma hora o corpo não aguenta – explica.

    Em linhas gerais, o estresse costuma ser prejudicial, mas alguns tipos não são tão nocivos. Um exemplo é o causado pela vida profissional – quando alguém gosta muito do que se faz e, de certa forma, a dedicação intensa dá prazer. Porém, um outro tipo é muito voraz, como explica Aldo Lucion, biomédico do Instituto de Ciências Básicas de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

    – Quando uma pessoa tem um parente doente, é desgastante, não tem como se controlar. Há estudos que mostram a carga de estresse a que familiares de doentes estão sujeitos.

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