terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Exemplo de superação

Acadêmico ex-jogador apresenta sua história de superação

publicado em 08/12/2011 23h08

Aluno relata a experiência de violência no futebol em TCC

Com o tema A Violência no Esporte: um relato de experiência, Régis Thadeu da Rosa Júnior, 33 anos, apresentou seu Trabalho de Conclusão do curso de Educação Física, na tarde desta quinta-feira (08.12), na ULBRA Gravataí.

Régis era zagueiro do Caxias e foi agredido pelo jogador Darzone, do Santo Ângelo, em 13/11/1999. A agressão aconteceu em um jogo pela Copa Mais Fácil, da Federação Gaúcha de Futebol. Após a cobrança de um escanteio, nos últimos minutos de jogo, Darzoni saltou com Régis e atingiu com um soco a cabeça do adversário. Régis teve um traumatismo craniano, permaneceu em coma por 19 dias, o que deixou algumas sequelas que o impedem de jogar futebol profissionalmente.

O acadêmico, que está em fase de conclusão do curso, refere-se a esse momento como mais uma vitória. “Ainda faltam três disciplinas, pretendo me formar em 2012, por enquanto tenho palestrado em escolas sobre a violência esportiva, contando a minha história”, conclui Régis.

Segundo Jorge Eckert, o Régis é um exemplo para os jovens pela superação de ter sido vítima da violência e com o apoio da família e dos amigos ter deixado de lado as mágoas e sequelas. “Eu era fã do Régis enquanto atleta, acompanhei a tragédia, e agora tive a honra de ser seu orientador, ao lado dos professores Aline Fofonka e Joarez Santini”, complementa Jorge. Na foto, Régis com os orientadores Aline e Jorge.

O diretor do campus, Orlando Mário Konrad, se emocionou ao assistir a apresentação e parabenizou o acadêmico e sua família pela persistência e coragem. “A Universidade se sente orgulhosa de poder contribuir para esta condição de superação. Aprendemos contigo, a tua história agora faz parte da nossa também”, concluiu.

Mais informações no blog do curso de Educação Física: http://pesquisaefiulbragra.blogspot.com/.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Superação

SUPERAÇÃO

Da agressão ao diploma

Transformou-se em trabalho de conclusão de curso um dos episódios mais violentos do futebol gaúcho. E o autor é justamente a vítima. Regis Tadeu da Rosa Jr., o zagueiro que deixou os gramados após ser golpeado em um jogo, encontra-se com a banca de professores de Educação Física da Ulbra Gravataí hoje, às 14h, para falar sobre violência no futebol.

Hoje com 33 anos, Regis tinha 21 e jogava pelo Caxias a Copa Mais Fácil, em novembro de 1999. Em uma cobrança de escanteio no jogo contra o Santo Ângelo, levou um soco na cabeça do então centroavante Darzoni da Silva Pillar. A pancada o deixou em coma por 29 dias, com traumatismo craniano. As sequelas interromperam uma carreira promissora. Hoje, Regis premia a nova etapa de sua vida, cujo o objetivo é a formatura em Educação Física. Ainda falta cursar três disciplinas para colocar as mãos no diploma.

A ideia de tratar do tema violência dá continuidade a um projeto que tem em conjunto com a prefeitura de Gravataí. Ao longo do ano, Regis realizou palestras em escolas municipais, detalhando as etapas que percorreu na recuperação. No trabalho, o estudante relata em primeira pessoa todo o processo. Conta até como foi ter aulas de balé por um mês – recomendação do fisioterapeuta e amigo Feliciano Bastos.

– Li e chorei. Poderia render um livro – diz o orgulhoso pai, também Regis, um corretor de imóveis de 56 anos.

Conta Regis, o filho, que a primeira reação do orientador, o professor Jorge Eckert, foi negar a ideia, mas reviu a decisão.

– Aproveitei esse momento de riqueza da história para que seja uma bandeira contra a violência – afirma Eckert.

O episódio que mudou a história da família, que mora na Rua Aldo Rangel, no bairro Morada do Vale I, de Gravataí, é tratado com certa naturalidade. Só se recusam a ver as imagens da agressão. Ignoram qualquer ressentimento e sabem que Darzoni carregará o peso da atitude para o resto da vida.

– Foi uma infelicidade – conforma-se Regis, exibindo a fé em três tatuagens com mensagens religiosas.

Na primeira vez que vítima e agressor se encontraram após o acidente – os dois se referem ao episódio como um acidente –, trocaram um abraço e Regis ofereceu conforto a Darzoni, que cumpria pena no regime semiaberto. Marcado pelo episódio, Darzoni, hoje zagueiro, jogará a Divisão de Acesso do Gauchão pelo Inter-SM, em 2012. O episódio que lhe fechou portas em todo o país.

– Foi um momento de fraqueza. Fico muito feliz por ele, me sinto aliviado que esteja seguindo a vida – afirma Darzoni, 34 anos.

Quando tiver o diploma em mãos, Regis só tem uma certeza: não quer trabalhar no meio do futebol, embora seja apaixonado pelo esporte que a agressão lhe negou.

ZEROHORA.COM
Confira em vídeo a expectativa da família de Regis para a apresentação do TCC, hoje.

THAIS SARDÁ