sábado, 9 de maio de 2009

Ler vem de casa

Ler é lição que vem de casa

Crianças e adolescentes formam a maior parcela de leitores no Brasil

Carlos André Moreira e Paulo Germano

A situação do livro no Brasil é crítica, a juventude não lê nada, a escola não ajuda, os brasileiros leem pouco. Os exemplos acima são lugares-comuns repetidos exaustivamente quando o assunto em pauta é o índice de leitura dos brasileiros. Para choque dos alarmistas, quase todos estão errados: crianças e adolescentes formam a maior parcela de leitores no Brasil. Em parte, graças à escola. E sempre com apoio fundamental da família.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada há alguns meses pelo Instituto Pró-Livro, entidade que congrega instituições do setor, como a Câmara Brasileira do Livro, colocou pela primeira vez em termos científicos noções que até ali eram apenas intuídas, e permite uma ampla gama de abordagens a problemas envolvendo a disseminação do livro no Brasil. No mês em que se comemoram o Dia Internacional do Livro e o Dia Nacional do Livro Infantil, a pesquisa apresenta dados que, se estão longe do ideal, mostram um quadro menos pessimista.

– O índice de leitura no Brasil é muito melhor do que se esperava, porém ainda aquém do que se poderia chegar. Mas há notícias boas. Somos um país de 95 milhões de leitores – e dois terços deles vêm da escola. A leitura na infância está sim, ocorrendo. – comenta Galeno Amorim, coordenador da pesquisa.

Outro clichê recorrente quando se trata do assunto são críticas ao papel da escola como formadora de leitores, e elas são, sim, em parte justificadas. As pessoas leem na escola e abandonam o hábito à medida que se afastam dela – o que talvez falte seja a capacidade de envolver a leitura não apenas na aura de obrigação, e sim de encantamento, algo que passa pelo ambiente familiar. Tanto que a maioria dos que se definiam leitores na pesquisa (ou seja: que haviam lido um livro nos últimos três meses antes da entrevista) tinham como lembrança o incentivo da mãe e situações em que os pais liam para eles na infância. A consolidação do aprendizado da leitura se dá em casa.

– O nosso imaginário da leitura tem como referência a família. O professor pode ser bom, mas o que fortalece o ambiente de leitura é a ação dos pais – comenta Regina Zilbermann, professora de Letras na UFRGS.

Com ela, concorda o psicanalista e escritor de obras voltadas para crianças e adolescentes Celso Gutfreind. A leitura, na infância, precisa começar como uma curtição em grupo, segundo ele:

– Ler é ter prazer com a imaginação. E a imaginação não é algo que se desenvolve sozinho – ressalta Gutfreind.

Quem não lê é o adulto

Crianças em idade escolar normalmente leem mais do que os adultos por três fatores: crianças e jovens têm mais tempo livre, precisam ler por exigência da escola e nela têm mais facilidade de acesso aos livros. O grande nó está em como fazer essa população escolar continuar lendo depois de sair do colégio.

– A pesquisa mostrou que essa mesma escola ainda falha na tarefa de formar leitores para a vida toda. – diz Galeno Amorim, diretor do Observatório do Livro e da Leitura e coordenador da pesquisa do Instituto Pró-Livro.

Há mais de uma razão para isso: a entrada no mundo profissional reduz o número de horas livres para a leitura, e a própria relação do aluno com a leitura na escola é associada com uma experiência obrigatória, a ser abandonada na primeira oportunidade.

– Sempre se diz que o jovem não lê, mas o que se vê é que o jovem lê, quem não lê é o adulto – ressalva Amorim. – Quando você pergunta aos estudantes a que associam os momentos de leitura, 60% diz que associa com prazer, e só 32% falam que associam com obrigação. O jovem gosta de ler, tem de ser é seduzido do modo certo.

A região sul tem a maior média de livros lidos por habitante, e o Estado tem uma boa média de leitura em comparação com os demais, 5,5 livros por habitante ao ano. Já a região "Noroeste" do Rio Grande do Sul apresenta o maior índice de leitura de todo o Estado: 6,6 livros por ano – e não por acaso é a área que inclui Passo Fundo, mostrando que duas décadas de Jornada Nacional de Literatura tiveram efeito positivo na formação permanente de leitores. Com política séria, os efeitos aparecem.

ZERO HORA

O bom professor

O bom professor

Viviane Salvi Gertge, professora de matemática

Quando comecei no magistério, em 1980, a noção que se tinha de um professor passava suficientemente pela qualidade de ser o detentor do conhecimento específico de sua área. Se alguém propusesse um estudo voltado para as etapas de desenvolvimento das crianças e de como funciona a cabeça do jovem, de imediato, era visto como matador de tempo.

E por que alunos de 10, 11 anos não conseguiam aprender questões como divisão, expressões numéricas, problemas matemáticos, se fazíamos tantos grupos de estudos e nos esforçávamos para que nossas aulas fossem tão boas que beirassem a perfeição? A resposta veio com a abertura política, estudos e pensadores que nos deram caminhos para reflexão.

Ser professor, hoje em dia, não se resume a um esforço solitário de aquisição e transmissão de conhecimentos. É enxergar que estamos lidando com vidas, conflitos e expectativas. É estar envolvido com pessoas.

Para ser um bom professor, preciso conhecer o meu aluno, sua história, esperanças e sonhos, atribuindo significados aos conteúdos e mobilizando os educandos para que queiram ir mais à frente. Também é importante que o professor leve em consideração que uma sala de aula é um grupo de pessoas e que seu papel é, ou deveria ser, de liderança e de autoridade. Além disso, um bom professor, necessariamente, precisa ser um bom comunicador, para expressar conteúdos e transmitir estados afetivos.

E, finalmente, um bom professor é uma pessoa que ensina, mas que também aprende. É um ser apaixonado pelo que faz e pelos seus alunos. Prepara o ambiente de aprendizado. Não deixa a turma perder os limites, mas sabe rir junto com seus alunos. É uma pessoa que acerta, mas também erra. Caminha com seus alunos. Progride com o seu grupo de trabalho e reconhece que cada um é um ser em desenvolvimento. Acolhe e cuida. É exigente e estimulante.

A tarefa é bastante árdua, pois reunir todas essas características em um só professor é uma meta que pode levar uma vida inteira. Por isso, dizemos que a carreira do magistério é dinâmica e que a capacitação docente é contínua. Começa no primeiro dia em que entramos em uma sala de aula e provavelmente não acabará nunca.

ZERO HORA

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O peso ideal das mochilas das crianças

Saiba qual o peso ideal das mochilas das crianças

Carga não pode ultrapassar 10% do peso da criança; o tamanho também tem de ser levado em conta, e não pode ser maior que as costas . 

O telespectador sugeriu, e o Jornal Hoje fez a reportagem. 
O assunto é bem popular: As mochilas pesadíssimas que os estudantes levam para a escola. 
A blitz foi de surpresa, logo na chegada. Os fiscais do excesso de peso na mochila mandam todos para a balança. A equipe, formada por fisioterapeutas, explica que é preciso haver uma proporção: o peso da mochila pode representar no máximo 10% do peso total da criança. Ou seja, se o aluno está com 30kg, a bolsa não pode ter mais do que 3kg. Quando a medida está correta, eles levam cartão verde. Mas se o ponteiro sobre muito, vai o alerta. 
“A mochila dela tá pesando 6kg. Está pesando o dobro do que poderia”, diz Gerson Chekui, fisioterapeuta. 
"Acho que eu poderia tirar este estojo, botar um menor, porque esse é bem grande", diz garota. 
Em meia hora, 28 alunos passaram pela balança. Dezessete ficaram dentro do ideal. Bem diferente dos primeiros testes, quando a maioria levava cartão vermelho para a casa. 
O resultado é parte de um trabalho que começou há dois anos na escola e vai além da pesagem das mochilas. A segunda parte da lição continua aqui, na sala de aula, quando os fisioterapeutas ensinam os estudantes a cuidar da postura. 
"A gente procura encaixar o bumbum mais atrás na cadeira, naquele espacinho reservado para isso”, explica a fisioterapeuta. 
Também é bom prestar atenção no jeito de carregar a mochila. 
“A altura da mochila tem que estar o máximo possível próxima da altura dos ombros.” 
Tanta preocupação tem motivos: 
“Pode dar dor na região da cervical, mais perto dos ombros e pescoço, na região da lombar, naquela linha da cintura, e o risco também de alteração postural, ou uma escoliose, a curvatura, ou uma cifose, que é a curvatura pra frente.” 
A mochila de rodinhas ajuda, mas deve ser puxada ao lado do corpo para evitar a rotação da coluna. E para que os alunos não precisem andar com tantos livros, a escola adotou armários nas salas de aula. A lista de materiais também está mais leve. 
"Um caderno de capa dura, de espiral, de acrílico, ele pesa bem mais do que um caderno mais simples, então a escola opta, na lista, por aquele caderno mais simples”, diz Renata Selistre, coordenadora pedagógica. 
"Eu tirei um monte de coisas legais que eu trazia para o colégio para mostrar para minhas amigas. Eu tirei tudo isso porque eu não me preocupava com o peso, agora eu me preocupo, por causa da minha coluna", diz Júlia Eltz, 12 anos. 
E outra dica, que vale para os pais: na hora de comprar a mochila, o ideal é que ela seja do tamanho das costas das crianças. 
Mas não são só os pequenos que sofrem. Nós mulheres somos conhecidas por levar muita coisa dentro da bolsa. E aí as dores nas costas são inevitáveis. 
A fisioterapeuta Marta Lorenzini fala sobre os exercícios que podem reduzir o desconforto e como usar as bolsas sem prejudicar a coluna. Assista ao vídeo.

Baixo desempenho no ENEN

Escolas privadas do RS têm desempenho tímido no Enen

Colégios particulares de elite ficaram para trás na comparação com os melhores de outros Estados

A  julgar pelos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as escolas de elite do Rio Grande do Sul não são tão de elite assim. A divulgação por colégio das médias obtidas nas provas de 2008 revelou que as particulares gaúchas ficaram para trás na comparação com as melhores escolas de outros Estados.

Na lista dos cem estabelecimentos privados com nota mais alta no Enem, apenas dois são do Rio Grande do Sul – contra 28 do Rio de Janeiro, 22 de São Paulo e 19 de Minas Gerais. Entre as 200 primeiras do ranking, os gaúchos emplacaram apenas seis instituições. A melhor posicionada, o Colégio Província de São Pedro, surgiu em um modesto 54º lugar. A outra gaúcha no Top 100 das privadas foi o Colégio Sinodal, de São Leopoldo.

A rede particular do pampa, em seu conjunto, obteve a 10ª melhor média entre todas do país – foi superada pelas redes de Estados como Goiás, Bahia, Espírito Santo e Santa Catarina. O mau resultado ganha ainda mais relevo em razão do desempenho da rede pública gaúcha, que foi o melhor do Brasil. Combinados, esses dois fenômenos fizeram do Rio Grande do Sul o segundo Estado com menor diferença de notas entre as escolas públicas e privadas. Na maioria do país, há um abismo entre as duas redes.

O desempenho opaco dos colégios privados de um Estado que se orgulha de estar entre os mais ricos e educados do país surpreendeu e alarmou especialistas. A doutora em Educação Helena Sporleder Côrtes, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), afirma que exames como o Enem devem ser relativizados, por serem pontuais, mas que não podem ser ignorados.

– O resultado é preocupante para o Rio Grande do Sul. É uma surpresa, porque temos instituições com tradição de qualidade. É preciso que as escolas examinem os resultados e encaminhem soluções, ainda que se sintam injustiçadas. Um resultado desses deve sempre encaminhar uma autocrítica.

A professora acredita que uma hipótese para explicar a escassez de particulares gaúchas no topo do ranking do Enem pode ser o foco exagerado em preparar para o vestibular – em lugar de valorizar em sala de aula as habilidades previstas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, nas quais o Enem é calcado.

– Muitas escolas se organizaram em função do vestibular. Na medida em que fazem isso, deixam de lado a formação – observa.

Enem pode ajudar particulares a repensarem seu ensino

O doutor em Educação Raimundo Helvécio Aguiar professor de política educacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) faz a ressalva de que a capacidade de avaliações como o Enem para medir a qualidade do ensino é questionável. Mesmo assim, diz que o exame deve levar as escolas privadas a se repensarem.

– Se pensarmos no conceito de que escolas particulares, via de regra, recebem a elite, a indicação que o Enem dá é de que a elite gaúcha está sendo mal preparada. É surpreendente. Se for assim, essas escolas vão formar pessoas com menores condições para o mundo do trabalho. O Estado pode perder espaço em relação a outros – analisa.

Segundo Aguiar, uma possibilidade é que a qualidade de ensino tenha caído nas particulares gaúchas devido à perda de alunos ao longo dos últimos anos, o que teria levado as escolas a perderem professores e remunerarem pior.

ZERO HORA

Mudança na sala de aula

EDUCAÇÃO

O que vai mudar na sala de aula

Intenção da SEC é agrupar as disciplinas em quatro áreas de forma gradual a partir de 2010

A secretária estadual da Educação, Mariza Abreu, afirmou ontem que a nova organização dos conteúdos escolares na rede estadual será aplicada de forma gradual a partir de 2010. A proposta que agrupa as disciplinas em quatro áreas do conhecimento prevê o treinamento de professores para que lecionem, também, outras matérias. O projeto será levado à Assembleia Legislativa no mês que vem.

– Não significa que o currículo vai abandonar as disciplinas, mas que estará organizado em áreas em que as pessoas terão de trabalhar de forma integrada. O mesmo professor tem que dominar as disciplinas de sua área – diz Mariza.

A implementação do projeto, na avaliação da secretária, exigirá mudanças nos cursos de formação de professores. Para o Cpers, é um equívoco fazer um professor lecionar em disciplinas como biologia, física e química tendo ele formação em apenas uma. A seguir, tire dúvidas sobre o que deve mudar na sala de aula:

TIRE SUAS DÚVIDAS
O que pode mudar?
As disciplinas seriam agrupadas, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, em quatro grandes áreas, compreendendo as atuais disciplinas.
Quais seriam as áreas?
1) linguagens (português, literatura, língua estrangeira, arte e educação física)
2) matemática
3) ciências de natureza (biologia, química e física)
4) ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia)
Com o agrupamento das disciplinas, um mesmo professor lecionaria pelo menos três disciplinas?
A ideia da Secretaria Estadual da Educação (SEC) é que, no futuro, todo professor esteja apto a lecionar qualquer uma das disciplinas integrantes da área de conhecimento a que está vinculado. Por exemplo, um professor de biologia poderia dar aulas de química e física. Já um de história poderia lecionar também geografia e filosofia.
Como seria a transição para os professores que já atuam na rede estadual?
Dependendo da formação do professor, ele precisará ser treinado para começar a lecionar uma nova disciplina. Segundo a secretária da Educação, Mariza Abreu, a intenção é realizar treinamentos dentro das próprias escolas, com apoio de professores que já têm formação na área. A expectativa é que, com o tempo, o professor esteja envolvido com menos turmas, o que aumentaria seu vínculo com os alunos.
O que muda para o aluno?
A principal mudança seria a redução do número de professores, já que eles concentrariam mais disciplinas. Os críticos da proposta temem que a mudança piore a qualidade do ensino, uma vez que um professor com formação em biologia, capacitado para dar aulas de química, não teria os mesmos conhecimento de outro que passou por uma licenciatura nessa área.
As provas seriam integradas também?
Sim. A ideia é agrupar as avaliações por áreas de conhecimento, mas algumas escolas poderiam manter avaliações separadas para história e geografia, por exemplo, disciplinas que integram a mesma área. A tendência é que o aluno tenha só quatro notas.
Qual é o modelo em que a SEC se baseia?
É inspirado em experiências de escolas paulistas, mineiras, portuguesas e argentinas. Também serviram de referência os parâmetros curriculares nacionais e projetos de interdisciplinaridade já desenvolvidos em escolas do Brasil.
O que muda nos concursos do magistério?
A seleção será feita por área de conhecimento, ou seja, as questões das provas abrangerão temas relacionados a todas as disciplinas que integram a respectiva área. A intenção da SEC é só abrir novo concurso após a aprovação das reformas previstas no ensino na Assembleia.
Como o Cpers vê as propostas?
A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, avalia que a proposta é mais uma ação do governo do Estado para cortar despesas e reduzir investimentos em educação. Para ela, fazer com que um professor de biologia lecione também química e física, por exemplo, resultaria na queda da qualidade do ensino nas disciplinas que não fazem parte da formação original do docente. A avaliação é que a atuação em várias frentes seria benéfica ao governo por resolver o problema da falta de professores em determinadas áreas.
Existe um exemplo no Estado de escola com conteúdos integrados?
Algumas escolas utilizam métodos parecidos. No Colégio de Aplicação da UFRGS, em Porto Alegre, o modelo é desenvolvido desde 1996 com alunos de 5ª e 6ª séries, dentro do Projeto Amora.
No planejamento semanal são definidos os temas a serem abordados e previstas formas de professores de diferentes disciplinas interagirem. Apesar da integração, cada professor só leciona em sua área de formação. A avaliação é diferenciada. Não há nota, mas uma avaliação.

sábado, 2 de maio de 2009

História do dia do trabalho

 

História Do Dia Do Trabalhador

No dia 1º de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos Estados Unidos, em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para oito horas de trabalho. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários.

 

Mas os trabalhadores não se deixaram abater, todos achavam que eram demais as horas diárias de trabalho, por isso, no dia 5 de Maio de 1886, quatro dias depois da reivindicação de Chicago, os operários voltaram às ruas e foram novamente reprimidos: 8 líderes presos, 4 trabalhadores executados e 3 condenados a prisão perpétua. Foi este o resultado desta segunda manifestação.

A luta não parou e a solidariedade internacional pressionou o governo americano a anular o falso julgamento e a elaborar novo júri, em 1888. Os membros que constituíam o júri reconheceram a inocência dos trabalhadores, culparam o Estado americano e ordenaram que soltassem os 3 presos.

Em 1889 o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, um dia de luto e de luta. E, em 1890, os trabalhadores americanos conquistaram a jornada de trabalho de oito horas.

116 anos depois das grandiosas manifestações dos operários de Chicago pela luta das oito horas de trabalho e da brutal repressão patronal e policial que se abateu sobre os manifestantes, o 1º de Maio mantém todo o seu significado e atualidade.

Nos Estados Unidos da América o Dia do Trabalhador celebra-se no dia 3 de Setembro e é conhecido por "Labor Day". É um feriado nacional que é sempre comemorado na primeira segunda-feira do mês de Setembro e está relacionado com o período das colheitas e com o fim do Verão.

No Canadá este feriado chama-se "Dia de Oito Horas". Tem este nome porque se comemora a vitória da redução do dia de trabalho para oito horas.

Na Europa o "Dia do Trabalhador" comemora-se sempre no dia 1 de Maio.

Em Portugal, segundo declarações do Secretário-geral da UGT, Eng. João Proença, ao Expressoemprego.pt, "o Dia do Trabalhador é da maior importância para o movimento sindical e para aqueles que representa, mas também para todos os que defendem uma sociedade mais justa e solidária. Em Portugal é o dia em que afirmamos os valores do sindicalismo e a necessidade do progresso econômico e social".

Os trabalhadores aproveitam este dia para alertar o Governo e outras entidades para algumas das suas necessidades, tais como: direitos dos trabalhadores, aumento de salários e melhores condições. Em Portugal, segundo as declarações do secretário-geral da UGT, os direitos dos trabalhadores têm evoluído positivamente, " hoje os trabalhadores vivem melhor que há 15 anos mas continuamos muito afastados da média comunitária, da qual nos estamos a aproximar a um ritmo demasiado lento. Temos maiores salários, mas continuam os mais baixos e desiguais da União Europeia; o mesmo acontece com as pensões. Os avanços legislativos não se traduzem muitas vezes na prática, face às violações sistemáticas da Lei. A sinistralidade laboral é a 1ª na Europa. A negociação coletivas começa a estar bloqueada e urge o relançamento da concertação".

Todos os anos este feriado é comemorado com a realização de algumas atividades. Para este ano, segundo o engenheiro João Proença, este dia vai ser passado "em unidade, em luta e em festa vamos todos à Torre de Belém em Lisboa, onde os vários Sindicatos expõem os seus Comunicados e as suas atividades. O discurso da UGT exporá as reivindicações da Central, os problemas e as propostas de solução. Haverá também iniciativas pontuais em pontos mais afastados como Bragança e as Regiões Autônomas."