quinta-feira, 30 de julho de 2009

Volta a vaca fria

"Voltar à vaca fria" é uma expressão usada para retornar ao assunto principal em uma conversa, discurso ou discussão, que foi interrompida por divagações em temas periféricos. Como a vaca entrou nessa, é outra história.

De acordo com o professor Ari Riboldi, no seu livro 'O Bode Expiatório', essa expressão é a tradução da muito usada na França "revenouns à nous moutons", ou seja, voltemos aos nossos carneiros. Essa frase fazia parte da peça teatral 'A farsa do Advogado Pathelin', sobre um roubo de carneiros.

Esta peça, considerada a primeira comédia da literatura francesa, data do fim da Idade Média, precisamente do ano de 1460. Infelizmente, não se tem conhecimento do seu autor.

Mas, voltemos à vaca fria. Em determinada cena da peça, o advogado do ladrão faz longas divagações fora da questão principal e o juiz chama a sua atenção com a frase 'voltemos aos nossos carneiros', fazendo-o retomar o assunto.

Porém, a tradução para o português da expressão acabou transformando os carneiros em uma vaca. Essa distorção, segundo Riboldi, possivelmente se deva ao fato de que era costume, em Portugal, servir um prato frio feito com carne de gado antes das refeições, ao qual muitos comensais recusavam. Estava dispensda, assim, a "vaca fria".


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Malhação terapêutica

Portadores de doenças crônicas e degenerativas podem ter benefícios com atividades físicas bem orientadas

  • Alzheimer, Parkinson, reumatismo, esclerose múltipla, artrose e artrite deformante. Difíceis de serem diagnosticadas e tratadas, as doenças degenerativas fazem parte da vida de milhões de brasileiros. Como o próprio nome diz, as que se encaixam nessa categoria caracterizam-se por corromper o organismo, ou partes dele, de forma gradual e irreversível. Além de medicamentos específicos para cada tipo de doença, os pacientes que procuram nos exercícios físicos uma forma de amenizar os sintomas devem tomar cuidado para que não acabem agravando o problema.

    O professor de neurofisiologia da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Nogueira Aucélio explica que o benefício dos exercícios físicos depende do tipo de patologia.

    – Nas doenças em que o prejuízo é cortical, como Parkinson ou Alzheimer, os exercícios auxiliam na oxigenação do cérebro – diz.

    Para os males que precisam de fisioterapia, o médico explica que atividades como hidroginástica e natação são as mais indicadas, por não terem tanto impacto quanto exercícios em terra. Já para as doenças em que o paciente apresenta comprometimento muscular, o médico alerta: fazer exercícios pode não ser uma boa ideia, pois as articulações já estão prejudicadas.

    – Para essas pessoas, o esforço físico pode trazer prejuízos, como acelerar o processo degenerativo – explica.

    Segundo o professor, atividades dentro d’água só são proibidas aos pacientes que têm convulsões, já que uma crise inesperada dentro da piscina pode ser fatal.

    Há dois anos trabalhando com pessoas com doenças degenerativas, a fisioterapeuta Lílian Almeida de Farias acredita que o principal benefício das atividades físicas é o fortalecimento muscular e a melhora na amplitude dos movimentos, pois muitos pacientes reclamam que ações comuns – como trocar de roupa ou arrumar o cabelo – tornam-se impossíveis, devido ao enrijecimento muscular.

    – O tratamento não cura a doença, mas faz sua evolução diminuir bastante – pondera Lílian.

    A fisioterapeuta conta que, para os casos em que a doença já se encontra em um estado muito avançado, o tratamento servirá para garantir uma melhor integridade física e qualidade de vida aos pacientes.

    – Tenho pacientes que não conseguem mais se levantar, andar, trocar de roupa. Não fazem mais nada sozinhos. Para eles, a fisioterapia vai ajudar a não desenvolver escaras (feridas) na pele e a evitar que a doença progrida ainda mais – explica.

    Com apenas um ano de idade, Francisca Martins foi diagnosticada com artrite reumatoide juvenil, uma doença em que uma ou mais articulações do corpo apresentam artrite crônica.

    – Sinto dores, inchaço nas articulações e dificuldade de movimento. Com o tempo, a cartilagem se desgasta, o que causa muita rigidez e dores insuportáveis.

    Na fisioterapia, a professora de língua portuguesa encontrou alívio para as dores.

    – Tratar a doença só com medicamentos não tem o mesmo resultado. Quanto mais você fica parado, mais a doença te pega – ensina.

    O tratamento é feito sempre com exercícios sem carga para evitar prejuízo ainda maior às já frágeis e debilitadas articulações. Se Francisca perde um dia de atividades, o corpo reclama na hora: as dores aumentam, o corpo fica pesado e as articulações, rígidas como pedra. Mas nem precisa ameaçar, pois os resultados compensam qualquer esforço.

    – Sinto um bem-estar tão grande como uma pessoa que não tem problema de saúde e, quando malha, sente aquela leveza boa – diz Francisca.

Os benefícios

Além de contribuir para melhorar a qualidade de vida e ajudar a controlar os sintomas, veja os benefícios dos exercícios físicos para algumas doenças degenerativas:

> Pacientes com diabetes conseguem uma melhor condição de tolerância à glicose, além de diminuírem os riscos de terem cardiopatias associadas à doença

> Para as pessoas com Parkinson, a fisioterapia auxilia na execução de movimentos do dia a dia, com exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos

> O paciente com Alzheimer tem os efeitos da doença atenuados. Um programa fixo de exercícios pode retardar a evolução da doença, além de diminuir os riscos de hospitalização

> Desde que em nível moderado, para que o paciente não se canse muito, os exercícios em meio aquático são os mais recomendados para pessoas com esclerose múltipla, pois aumentam a resistência muscular e a física.

Falar palavrões pode aliviar dores

Falar palavrões pode aliviar dores

Falar palavrões pode ajudar a diminuir a sensação de dor física, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Keele, na Inglaterra, publicado pela revista NeuroReport. O experimento, liderado pelo psicólogo Richard Stephens, testou 64 voluntários, que colocaram as mãos em baldes cheios de gelo. Durante o mergulho, podiam falar um palavrão escolhido por eles. Em seguida, os mesmos participantes repetiram a experiência, desta vez pronunciando uma palavra normalmente usada para descrever uma mesa.

O grupo conseguiu suportar a dor por 40 segundos a mais, em média, ao falar palavrões. De acordo com os relatos, os pesquisadores puderam concluir que os participantes sentiram menos dor naquela ocasião. O batimento cardíaco também foi medido e se mostrou mais acelerado.

Os autores acreditam que o aumento do ritmo do coração pode indicar um aumento da agressividade, o que diminuiria a sensação de dor. No passado isso teria sido útil para que nossos ancestrais, em situação de risco, suportassem mais a dor para fugir ou lutar contra um possível agressor. Um estudo anterior, da Universidade de Norwich, mostrou que palavrões ajudam a diminuir o estresse no trabalho.

Parto sem anestesia

Parto normal sem anestesia teria benefícios

DANIEL MARENCO, BD 29/02/2008

A dor do parto tem uma série de efeitos benéficos para a mulher e para o bebê, que são anulados quando a paciente opta por dar à luz com anestesia peridural (aplicada nas costas, anestesiando da cintura para baixo), embora a técnica seja imprescindível em alguns casos.

É o que afirma Denish Walsh, obstetra e professor da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, em artigo publicado na revista Evidence Based Midwifery, em que explica que a dor é um rito de transição que ajuda a regular o parto e a fortalecer o vínculo entre a mãe e o filho, preparando a mulher para as responsabilidades da maternidade.

Sem menosprezar a anestesia peridural, o professor aponta que seu uso aumentou muito nos últimos 20 anos, apesar da disponibilidade de outras alternativas menos invasivas contra a dor.

Entre as vantagens de optar por um parto natural, além de razões médicas, está o prazer desse rito fisiológico que culmina com o nascimento do bebê, junto ao fato de que a própria dor induz a liberação de endorfinas, que dão uma sensação de euforia e bem-estar. Alguns estudos demonstraram que a anestesia epidural aumenta a probabilidade de ter que induzir as contrações com tratamentos hormonais, e é mais frequente o uso de fórceps para ajudar a saída da criança.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

PAPEL DA FAMILIA NA EDUCAÇÃO


"Família deve fornecer noções de civilidade", diz professor especializado em indisciplina
A falta de limites na sala de aula é o foco das pesquisas de Joe Garcia
A falta de limites na sala de aula é o foco das pesquisas do doutor em Educação e especialista em indisciplina Joe Garcia há mais de uma década. O professor do Mestrado em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná adiantou ontem pontos da palestra que deve apresentar amanhã, no 10º Congresso da Escola Particular Gaúcha:
ZH – Quais são as causas da indisciplina?
Joe Garcia – Há causas externas e internas à escola. Entre as externas, três se destacam. A primeira é a violência social. Num mundo cada vez mais violento, as pessoas vão ficando menos solidárias. Isso está sendo observado nas escolas e tem muito a ver com a indisciplina. Outra causa externa é a influência da mídia, que está mexendo na visão de mundo e no estilo de vida dos jovens. Para os professores, é difícil lidar com toda essa variedade de expressões culturais. A terceira causa é o ambiente familiar. Estudos mostram que a participação da família no processo educacional é fundamental. Ela não precisa fazer o trabalho da escola, mas tem de assumir o papel de torcida organizada e dar noções básicas de civilidade.
ZH – E quais são as causas internas da indisciplina nas escolas?
Garcia – A primeira delas é a qualidade do currículo. Se a escola tem um currículo desatualizado, fica difícil para professores e alunos. Muitos jovens usam a indisciplina para comunicar aos professores que as práticas pedagógicas são ruins. Um dos grandes desafios da escola moderna é conseguir ser desafiadora. Às vezes, as aulas são menos desafiadoras do que um jogo de videogame.
ZH – O que os pais podem fazer para frear a indisciplina?
Garcia – Até certo ponto, a culpabilização da família é verdadeira. O que vemos hoje são adultos com a agenda lotada e com o dia basicamente caótico. Nós, pais, precisamos desenvolver maior interesse pela vida escolar dos nossos filhos. Precisamos estar mais presentes. É importante de vez em quando folhear os livros deles para valorizar os estudos e ir com eles a livrarias para mostrar que o conhecimento é algo interessante. São coisas simples e que não custam tão caro.
ZERO HORA

HUMANIZAÇÃO DA ESCOLA


A escola precisa ser uma referência de esperança e de humanização, diz especialista professor Joe Garcia apontou medidas para combater a indisciplina de alunos
A violência no ambiente escolar ganhou evidência neste ano com o caso de uma adolescente de 15 anos que agrediu uma professora na Escola Estadual Bahia de Porto Alegre, em março. A jovem alegou ter sido alvo de racismo e admitiu ter empurrado a professora, que bateu a cabeça na parede e sofreu traumatismo craniano. Como pena, o Juizado da Infância e Juventude determinou que a estudante ficará em liberdade assistida por seis meses e prestará serviços à comunidade por 24 semanas. A falta de limites na sala de aula é justamente o foco das pesquisas do doutor em Educação e especialista em indisciplina Joe Garcia há mais de uma década. O professor do Mestrado em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná é um dos palestrantes do 10° Congresso da Escola Particular Gaúcha, no Centro de Eventos da PUCRS, na Capital. Na tarde desta quarta-feira, Garcia conversou em um chat com leitores do site Zerohora.com. Confira alguns dos principais temas discutidos: Agressão em sala de aulaAo responder sobre qual deve ser a atitude de um professor agredido verbalmente ou fisicamente em sala de aula, Garcia diz que o professor deve assumir uma "posição que pode envolver retirar o aluno de sala ou mesmo retirar a si, se há um risco a sua segurança pessoal": — Entendo a agressão como uma ruptura no tecido social da sala de aula. Isso vai solicitar a reconstrução desse tecido. Para isso talvez seja necessário uma trégua intermediária, ou mesmo ajuda externa. Falta de valores humanosUm dos leitores, que apontou a falta de respeito aos valores e de estrutura familiar, perguntou qual a postura que os educadores devem adotar para tentar corrigir esses problemas e oferecer uma formação de qualidade aos alunos. — A escola precisa ser escola, e assim um lugar de desenvolvimento humano, de humanização. A escola precisa ser uma referência de esperança. Há muito a fazer neste trabalho de humanização. É urgente, por exemplo, o trabalho de educação em valores humanos na escola. Se os valores não foram trabalhados "ontem" na família e na escola, hoje temos indisciplina, em casa e na escola. E quando temos indisciplina hoje, já sabemos que amanhã teremos de trabalhar valores. A indisciplina, em casa e na escola é uma medida de crise moral — diz Garcia. Segundo o especialista, a violência no ambiente familiar só agrava o problema da indisciplina: — O ambiente familiar faz internalizar na criança certas crenças sobre como tratar o outro, por exemplo. Assim, quando a criança experimenta um ambiente familiar onde se usa violência para resolver conflitos cotidianos, ela pode aprender que é lícito usar meios violentos para resolver conflitos. De fato, nossa civilização ainda precisa aprender a superar a tendência a usar formas violentas de lidar com conflitos, que tanto nos caracterizam. Na educação dos filhos, há metodos mais eficazes e menos violentos para ensiná-los a aprender a viver com os outros. Mudança de postura O hábito de professores de enviar os alunos que apresentam problemas de indisciplina para a direção da escola imaginando que a diretora vai resolver "todos os problemas" também foi um dos questionamentos feitos ao especialista. Garcia explicou qual deve ser a postura adotada pelas escolas para combater a indisciplina: — Penso que uma das primeiras ações a ser realizada em uma escola que deseja melhorar seu ambiente de disciplina reside em construir uma visão compartilhada sobre disciplina e indisciplina. Conquistar clareza sobre o que seja disciplina e indisciplina, o que será feito nos casos de indisciplina, por quem e como. Mas, quando não atuamos de modo integrado temos uma fragmentação justamente em momentos delicados. E, aos alunos, a escola parece frágil e até mesmo manipulável. Sobre como o professor deve lidar com uma turma indisciplinada, que tem um aluno que enfrenta o professor e esta atitude estimula os outros alunos fazerem o mesmo, o especialista destaca que "as estratégias mais eficazes para lidar com a indisciplina em sala de aula incluem os próprios alunos na equação": — Se os alunos são parte do problema, devem ser parte da solução. Nós, professores, precisamos compartilhar com eles os dilemas morais dos seus próprios comportamentos. Para se aprofundar no tema, ele dá duas sugestões de leituras: — Publiquei um artigo sobre a gestão da indisciplina na escola em uma revista chamada Contrapontos, onde analiso um conjunto de pontos fundamentais sobre esse tema. E há também um livro que acho muito interessante para professores, "Histórias de Indisciplina Escolar", escrito por Cintia Freller. ZEROHORA.COM

segunda-feira, 20 de julho de 2009

DIA DO AMIGO

O Dia do Amigo foi adotado em Buenos Aires, na Argentina, com o Decreto nº 235/79, sendo que foi gradualmente adotado em outras partes do mundo.

A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Ele se inspirou na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, considerando a conquista não somente uma vitória científica, como também uma oportunidade de se fazer amigos em outras partes do universo. Assim, durante um ano, o argentino divulgou o lema "Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro".

Aos poucos a data foi sendo adotada em outros países e hoje, em quase todo o mundo, o dia 20 de julho é o Dia do Amigo, é quando as pessoas trocam presentes, se abraçam e declaram sua amizade umas as outras, na teoria.

No Brasil, o dia do amigo também é comemorado em 20 de julho-